Blog da Poesia

Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas

14/05/2025 09:09 - por Tiago Vargas tiagovargas.uab@gmail.com

Todos os anos o Jornal do Povo promove o Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas cuja premissa é exaltar e fomentar a poesia e a cultura em nossa cidade, oportunizando o surgimento e valorizando nossos poetas e escritores.

Este ano o concurso literário chega a sua XXVIII Edição. As premiações ocorrem nas categorias Adulto, Infantil e Juvenil. A temática é livre.

As inscrições estão abertas. O regulamento está disponível aqui mesmo, no site do jornal.

Vamos lá pessoal, resgatem ou libertem seus escritos das gavetas. Escreva. Inscreva-se. Pais estimulem seus filhos.

Professores incentivem seus alunos instigando a criação literária.

Eis alguns poemas premiados em edições anteriores. Que eles sirvam de inspiração.

Vestes do vento
de Luísa Gonçalves Nunes
Sob as vestes deste amor
Fiz do infinito minha morada
Plantei lembranças em solo fértil
Em seu coração
Fiz casa amada
Pitei o vento
Com meu sonho
Criei nuvens com seu nome
Colhi tempestades solitárias
Com os restos de minha fome
Sob as vestes deste amor
Fiz do infinito
Terra dourada
E entre ondas de pensamento
Fiz de meu coração
Terra sossegada.

Senhora
De Gabrielly Vieira Ribeiro
Netuno te guarda sob as Graças de Conceição
Em leito de areia, se aforam tuas ruas
No teu riso da praça, dançam tuas águas
Em ti,
Paraíso é semeado,
Quedas erguem Pontes,
Pedras ladrilham o tempo,
Lares e Centros emanam a fé.
Teus casarões sombreiam pajés descalços,
Filhos herdeiros das cestarias.
Tua identidade e tuas Comunidades Remanescem
Tua terra plural alimenta e tuas histórias nutrem.
Ainda te faltam esquinas para refugiar quem chega
E sobram nas paredes as faces da despedida.
Tua alma tem rugas de coragem.
Teus filhos, novos sobrenomes,
Tuas lágrimas, gosto de rio.
Tua voz, Cachoeira, é o violino que ecoa
A prece materna nos ares do Sul.

Vento nosso
De Diogo de Souza Lindenmaier
Nas ruas da minha aldeia o vento dorme
às vezes ele envolve algum cão
em outras tantas não
quem sabe um bêbado caído
lá o vento vá como agasalho
pegando força na curva do rio
é o ofício do sopro da terra
quando entra às ruas da cidadela
que é só cicatriz na paisagem
ventania vira aragem
acaricia ou bate
e que assim seja
temos ao menos o vento.

Coração caborteiro
De Mara Garin
Gosto da liberdade do vento
Esta que embaralha os cabelos
Despenteia os pensamentos
Numa ordem invertida
Contentamento desta vida...
Amar é algo único
Não depende de outrem
Depende apenas da gente
Nas paralelas dos trilhos do trem...
Sempre terá alguém partindo
Sempre algum outro que vem
Não podemos é viver esperando
Nesta mesma estação...
Meu coração é caborteiro
Não é escravo de paixão
Prefere ser andarilho
De inverno a verão
Só vai se acomodar no outono
Pra se podar mais um pouco
Mas volta na primavera
Amando poeta louco!

O eco
De Magali Vidal Domingues
É excitante
ver o povo reunido na praça.
Gosto de gente falando em coro,
erguendo faixas e querendo tudo.
Bocas que não calam
ante o grito forte,
gargantas cheias de razão
e fartas de opressão.
Tenho atração por bandeiras
e curiosidade pelos hinos.
Aprecio os jornais,
mesmo que eles sangrem.
São as digitais da sociedade,
as pegadas da ideologia.
As multidões me seduzem!
E um dia
minha alma partirá em passeatas
com o crachá da dignidade
dos que tentaram acertar.
Minha voz será calada
pelo momento fatal,
mas o eco do meu esforço
há de retumbar
no coração dos meus filhos.

O muro
De Neicla Bernardes
Como num passe de mágica,
A vida deixa de ser trágica
Quando acaba o meu dia
E, na noite, solto a poesia.
Dor, tristeza, desencanto,
De tudo afasto meu pranto
E a palavra , antes tão muda
Liberta-se e fica desnuda.
Mas,quando o dia amanhece,
Ela se aquieta, adormece.
Então, preciso derrubar o muro
Que separa a noite do dia,
Deixar florescer a fantasia
E bordar com poemas meu futuro.

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