Blog da Poesia

XXVIII Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha De Poemas

11/06/2025 10:19 - por Tiago Vargas tiagovargas.uab@gmail.com

Ainda dá tempo de participar: corre lá e inscreva sua poesia!

As inscrições para o XXVIII PRÊMIO PAULO SALZANO VIEIRA DA CUNHA DE POEMAS estão abertas até o dia 23 de junho.  Para participar do concurso basta escrever um poema inédito, nunca publicado com o máximo de 25 versos, tema livre. O poema deve estar digitado fonte 12 New Roman em 3 vias, assinado somente com o pseudônimo. Os poemas devem estar dentro de um envelope grande com a seguinte escritura:  28 º Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas e indicar a categoria pertencente.

Se for estudante, mencionar a escola. Dentro desse referido envelope, juntamente com as três vias, deverá constar um envelope menor, mencionando na parte externa o nome do poema, o pseudônimo e a categoria pertencente. Dentro dele os dados de identificação, como nome completo, número de telefone, endereço. O concurso se divide em 3 categorias, infantil dos 7 aos 11 anos, juvenil dos 12 aos 17 e adulto acima dos 18. Os poemas podem ser deixados na recepção do jornal. Participem. 

Gerações
As criancinhas brincam na calçada
E o sorriso da senhora a contemplá-las
Me emociona
Eu poderia agora oferecer flores
Para ela
Mas não fiz isso
Talvez amanhã
Eu me arrependa
De não ter revelado,
Exposto o que sentia
Eu deveria ter feito
Pois no amanhã
Eu não posso mais ser uma criança brincando na calçada
Mas eu posso ser uma senhora que contempla
Desejando que uma jovem que me observa
Ofereça-me flores com suas mãos.
Cristina Gomes da Silva

Tempo frio
O tempo frio
Traz lembranças do passado
Das vidas em outras vidas
Das brumas em outros lugares...
O tempo frio
Vem carregado de cinzas
De fogueiras milenares
E gritos sufocados de curandeiras...
O tempo frio
Chega num tinido de espadas
De batalhas entre deuses
Por portais de outros céus...
O tempo frio
Acorda a alma antiga
Que desperta a sabedoria
De um tempo de aprendizado
Em que ela existia por aqui...
Mara Garin

Petiscos
Muito além das estrelas que vemos,
Em um lugar onde nossa luz ainda não chegou,
Mora, ou existe, um tipo de ser abissal,
Se alimenta de pequenas bactérias,
Que se inflam de ego e ficam isoladas,
Pensando ser únicos em todo grande espaço.
Quando nossa luz piscar em seus olhos,
E de longe nosso ego ele farejar,
Seremos pouco mais, ou pouco menos,
Que meros petiscos em sua mesa,
Sem tempero, com pouco sal,
De um ser abissal.
Gabriel Stacke

O Amor é Cego
Delineio a tua boca
Com o toque do meu dedo
Leio em braile o relevo
As curvas do arco do cupido
Esculpido em teu sorriso
O que nenhuma língua poderia traduzir
O amor é cego e sensorial
Transcreve a forma de um beijo na linguagem não verbal
Se o inglês é a língua universal
Sinto lhes dizer...
Na boca eu tenho a forma da palavra saudade
Escrita curva como caligrafia
Separada por uma pequena cavidade
A boca é a própria poesia
Julia Effel

Poema IV
Eu me resumo à insignificância de ser
Os grandes sobem como uma curva geométrica em um gráfico de duas métricas
A minha cabe em uma linha de caligrafia, seriamente tendenciosa à queda
Comem cereal matinal com doses de elegância e sais minerais do mar de Poseidon
Se for de letrinhas, há de vir já com análise sintática e predicado classificado
Se o sujeito for indefinido, há instruções para encontrar um definido em inglês
Insignificância é não significar, não é não existir
Você existe, mas ninguém vê
Aliás, a aparência de alguém que não significa, tampouco importa, naturalmente
Os espelhos dos grandes sempre respondem: é você, meu rei, minha rainha
Quando há dúvidas, olham-se novamente, afinal, cada um é único
O reflexo só é idêntico se o espelho for mágico de cristal, não mágico comum
O espelho, portanto, há de ter uma função gratificada para os grandes
Já, para mim, basta cereal com todas as letras e leite de vaca
E sabe-se lá o que mais um dia insignificante para um insignificante pode aprontar
Veja bem: É aprontar, não apresentar
A não ser que quando você caia, alguém o veja
Bem, aí será uma apresentação, que de tão natural, dispensa o ensaio e sai irreparável
Mas o dia de um insignificante é uma sucessão de horas sem sentido
Que tanto faz se amanhece ou escurece
Poderia até fazer uma pausa de anos no meio de um dia
Um buraco sem fim no meio do nada: o habitual vazio
E como em dimensões paralelas, se vive
Não é matrix e nem precisa
Setembro que o diga.
André de Moura Carvalho

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