Blog da Poesia

Vencedores XXVIII Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas

02/07/2025 10:23 - por Tiago Vargas tiagovargas.uab@gmail.com

A edição do Blog desta semana está especial.  Ele traz os poemas vencedores do XXVIII Prêmio Paulo Salzano Vieira da Cunha de Poemas, edição 2025. Ao total foram 495 poemas inscritos nas três categorias; infantil, juvenil e adulto. Recorde absoluto de participações.   Foram quase cinco horas de leitura de um trabalho que exigiu atenção, dedicação e zelo.

Alguns agradecimentos se fazem necessários e pertinentes. A começar pela inestimada e valorosa contribuição de nossos jurados; Mirian Ritzel, Daniele Pinto e Dariely Gonçalves. Agradecimento também aos nossos apoiadores e patrocinadores; a Fisk-Centro de Ensino, Revistaria e Multiloja Nascente, Imobiliária Rohde, Painita Mármore e Granito, Gráfica Jacuí e ao Jornal do Povo pela iniciativa.

Agradecimento também aos escritores cachoeirenses que mandaram seus livros como oferta de prêmios aos vencedores.  Celebro e parabenizo também a todos que participaram do concurso, aos pais e professores pelo incentivo a leitura e a escrita e a comunidade cachoeirense pela aceitação e engajamento. Eis alguns dos poemas vencedores. 

2 º LUGAR JUVENIL
PEDRO KEMEL MOSSMANN

NOITE SERENA
No silêncio da noite serena
A lua borda o céu com luz
Cada estrela é um poema
Que o tempo em segredo traduz.

2 º LUGAR INFANTIL
JULIA CORREA DOMINGUES DA ROSA

A GOTINHA E A LUA
A gotinha subiu bem alto no ar,
Queria a lua poder abraçar.
Brilhava no céu com tanto esplendor
A gotinha sorria, cheia de amor.
A lua olhou e falou com carinho,
Venha gotinha, siga o caminho!
E juntas dançaram na noite macia,
Brincando de luz, até o dia!

2 º LUGAR ADULTO
ELMA CATIANE DA ROSA

MEMÓRIAS AFOGADAS
A água chegou sem pedir licença,
Invadiu a sala, calor e crença.
Levou o sofá, o chão, a cor,
Mas o que mais doeu... foi o amor.
Não foi só madeira, tecido, parede
Foi a foto no porta-retrato.
O bilhete guardado, a boneca esquecida,
O cheiro da infância, a lembrança vivida,
Todo o trabalho feito com dedicação,
O caderno da escola, manchado no chão,
A toalha da mãe, as lembranças do pai,
O abraço da casa... que a água desfaz.
Não é a perda do que se comprou,
Mas do que o tempo em silêncio bordou
São as memórias que o rio levou,
As histórias que a lama apagou.
Ficou um vazio, um silêncio espesso.
O eco do riso, do choro, do começo.
E agora, com a alma molhada de dor,
Tentamos erguer o que resta de amor.
Na lama, plantamos um fio de esperança,
Nas ruínas, a força da nossa lembrança.
Pois, mesmo afogadas, as memórias resistem,
E no coração... para sempre persistem.

1 º lugar Juvenil
Emilym Gabriela Marques Cerentini

NAS DOBRAS DA MINHA INFÂNCIA
Se eu pudesse abrir o 
Tempo
Como quem abre um 
Papel
Voltaria àquela rua
Onde o céu cabia em 
Pincel
Refaria aquele desenho
Que deixei mal acabado
Como sol meio tortinho
E o balanço de um lado
Consertava minha casinha
Feita de giz no chão torto
Pedia mais uma história
Antes do sono tão curto
Talvez eu desse um abraço
Que ficou para outro dia
Ou dissesse “fica mais’’
Com a voz que eu não 
Sabia
Guardei tudo num silêncio
Que só o tempo alcança
Hoje, vivo procurando
As dobras da minha
Infância.

1 º Lugar INFANTIL
JOAQUIM DOS SANTOS KULMANN

O RATO E O SAPATO
Um rato encontrou um sapato
Bem velho, jogado no chão
Entrou, fez dali sua casa
Achou que era um casarão!

Dormia quentinho lá dentro
Sonhado com um queijo e pão
O sapato virou seu castelo,
Na rua, no meio do vão!

1 º LUGAR ADULTO
ISABEL LASCH DA SILVA

ONDE MORA A SAUDADE
No meu peito moram silêncios antigos,
feito histórias que o tempo levou.
Sem voz que as queira lembrar,
morreram baixinho, sem adeus, sem eco.
Carrego retratos que ninguém mais vê,
Nos cantos da alma onde a luz não alcança.
Às vezes me pego chorando baixinho
por lembranças que nem são minhas inteiras.
Tem cheiro de chuva guardado em mim,
risada esquecida no vento da infância,
gente que partiu sem bater a porta,
ficou morando em mim como saudade.
O tempo não leva tudo, não,
há coisas que enterramos no peito
e que florescem feito mato,
sem pedir licença pra brotar.
E mesmo sem nome, rosto ou cor,
são raízes que sustentam meus passos.
Às vezes me calo... não por faltar palavras,
mas porque alguns sentimentos falam melhor no silêncio.
Quem escuta, entende:
nem tudo que morre se vai de verdade.

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