Blog dos Espíritos
Princípio vital, seres orgânicos e inorgânicos
Diferença entre seres orgânicos e inorgânicos
Os seres orgânicos são os que têm em si uma fonte de atividade íntima que lhes dá a vida. Nascem, crescem, reproduzem-se por si mesmos e morrem. São providos de órgãos especiais para a execução dos diferentes atos da vida, órgãos esses apropriados às necessidades que a conservação própria lhes impõe. Nessa classe estão compreendidos os homens, os animais e as plantas.
Já os seres inorgânicos são todos os que carecem de vitalidade, de movimentos próprios e que se formam apenas pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a água, o ar, etc.
A Lei da Atração é a mesma para os corpos orgânicos e inorgânicos, mas a diferença é que nos primeiros está animalizada pela união com o princípio vital, sendo a vida um efeito produzido pela ação desse fluido sobre a matéria. Os Espíritos Superiores nos dizem que: “Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem esse agente. Ele dá a vida a todos os seres que a absorvem e a assimilam”.
Princípio vital
O princípio vital é um subproduto do fluido cósmico universal, existente em todos os seres vivos. É o princípio da vida material e orgânica, comum a todos os seres vivos, desde as plantas até o homem. É o agente que dá vida à matéria.
Como ensina Kardec na introdução de “O Livro dos Espíritos”, o princípio vital é “[…] o princípio da vida material e orgânica, qualquer que seja a fonte donde promane, princípio esse comum a todos os seres vivos, desde as plantas até os homens”.
Portanto, pouco importa se estamos diante de um ser orgânico inteligente ou não: tendo ele vitalidade, a matéria que o constitui estará animalizada e, pois, ligada ao princípio vital. Assim, “[…] há um fato que ninguém ousaria contestar, pois resulta da observação: que os seres orgânicos têm em si uma força íntima que determina o fenômeno da vida, enquanto essa força existe; que a vida material é comum a todos os seres orgânicos e independe da inteligência e do pensamento; que a inteligência e o pensamento são faculdades próprias de certas espécies orgânicas; finalmente, que entre as espécies há uma dotada também de um senso moral especial, que lhe dá incontestável superioridade sobre as outras: a espécie humana”.
Ao ensejo de compreender melhor a conceituação do princípio vital, vale trazer uma explicação de Allan Kardec sobre o tema contida em “A Gênese”: “Tomamos para termo de comparação o calor que se desenvolve pelo movimento de uma roda, por ser um efeito vulgar, que todo mundo conhece, e mais fácil de compreender-se. Mais exato, no entanto, houvéramos sido, dizendo que, na combinação dos elementos para formarem os corpos orgânicos, desenvolve-se eletricidade.
Os corpos orgânicos seriam, então, verdadeiras pilhas elétricas, que funcionam enquanto os elementos dessas pilhas se acham em condições de produzir eletricidade: é a vida; que deixam de funcionar, quando tais condições desaparecem; é a morte. Segundo essa maneira de ver, o princípio vital não seria mais do que uma espécie particular de eletricidade, denominada eletricidade animal, que durante a vida se desprende pela ação dos órgãos e cuja produção cessa, quando da morte, por se extinguir tal ação”.
Os órgãos se impregnam, por assim dizer, desse fluido vital e esse fluido dá a todas as partes do organismo uma atividade que os põe em comunicação entre si. Mas, quando os elementos essenciais ao funcionamento dos órgãos estão destruídos, ou muito profundamente alterados, o fluido vital se torna impotente para lhes transmitir o movimento da vida, e o ser morre.
Elucidações e conclusões
A quantidade de fluido vital não é absoluta em todos os seres orgânicos, varia segundo as espécies e não é constante, quer em cada indivíduo quer nos indivíduos de uma espécie. Alguns se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros possuem-no em quantidades apenas suficientes. Eis a razão pela qual alguns tem uma vida mais ativa, mais tenaz e, de certa forma, superabundante.
Essa quantidade de fluido vital esgota-se, podendo tornar-se insuficiente para a conservação da vida se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm. Com a morte dos seres orgânicos, a matéria inerte se decompõe e vai formar novos organismos, o princípio vital volta à massa de onde saiu, pois somente o produzimos quando estamos encarnados.
Kardec, em suas observações acerca do fluido vital, elucida: “Morto o ser orgânico, os elementos que o compõem sofrem novas combinações, de que resultam novos seres, os quais haurem na fonte universal o princípio da vida e da atividade, o absorvem e assimilam, para novamente o restituírem a essa fonte, quando deixarem de existir”.
Assim, podemos concluir que o princípio vital é como um combustível para o nosso corpo. Se vivermos corretamente, respeitando as Leis Divinas e os limites do corpo, a vida física seguirá seu curso normal.
Como se vê, a constatação da vida orgânica é, em si, muito complexa, pois, apesar de nos ter sido revelado que ela ocorre a partir da união da matéria ao princípio vital, o modo como efetivamente essa união se dá e como se constitui plenamente a essência de tal princípio são dados que fogem de nossa compreensão. Contudo, isso não nos impede de reconhecermos que o simples fato de existirmos e de vivermos já é algo que é fruto de uma complexidade tamanha que apenas um Ser que nos ama ao infinito seria capaz de fazer.
KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”, “A Gênese”.