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Ricardo Silvestrin

21/12/2022 08:53 - por Tiago Vargas

Ricardo Silvestrin nasceu em Porto Alegre, em 1963. É formado em Letras pela UFRGS e publicou oito livros de poesia: "Metal", "Advogado do diabo", "O menos vendido", "Ex, peri, mental", "Palavra mágica", "Quase eu", "Bashô um santo em mim" e "Viagem dos olhos". Na prosa, destaque para  "Play" (contos) e "O videogame do rei" (romance). Foi agraciado cinco vezes com o Prêmio Açorianos de Literatura, principal honraria da literatura rio-grandense. Também é músico. Integra a banda Os poETs. Sua escrita se caracteriza pelo tom despojado, crítico, versátil e de uma inteligente sui generis que reverbera aforismos e sofisticação. Pungente e invulgar.  “Só a mentira absoluta tem ainda a liberdade para dizer de qualquer modo a verdade. (…) As mentiras têm pernas compridas: adiantam-se ao tempo”. Silvestrin é um dos melhores literatos em ação no cenário da poesia contemporânea. Ardil com as palavras e nas acepções. Singular.
Por: Tiago Vargas

No golpe de dezesseis, 
não havia generais
como houve da outra vez.
Era guerra fantasiada de paz,
jagunços com togas,
congressistas fascistas,
democratas ditatoriais,
jornalistas ficcionistas,
todos, sem exceção,
no estado de exceção
recitando, em jogral,
a redação do juízo final
ou o samba desenredo
de um tétrico carnaval.
Ricardo Silvestrin

 

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