Blog Da Poesia

O profeta, de Khalil Gibran

06/04/2022 08:30 - por Tiago Vargas

O escritor, filósofo e artista libanês Khalil Gibran (1833-1931) foi um dos autores mais aclamados entre os autores árabes. Sua criação e seu interesse pelos ensinamentos do islamismo, do sufismo e do judaísmo representaram um rompimento com os laços tradicionais envolvendo crenças geográficas e espirituais.  Sua obra mais conhecida e que representa todos esses conceitos chama-se O profeta. Uma publicação que contém poemas em prosa e que utiliza como estratégia de escrita um estilo familiar de escrituras e sermões religiosos para produzir breves discursos, proferidos pelo profeta Al Mustafá. Os 26 ensaios variam sobre amor, paixão, crianças e alimentação a pensamentos sobre justiça, tempo, mal e morte. Os textos enfatizam as relações humanas e reúnem temas de diversidade e um amor universal livre das amarras de um sistema único de crença. 

Um livro é como uma janela. 
Quem não o lê, é como alguém que ficou distante da janela e só pode ver uma pequena parte da paisagem.
Khalil Gibran

O óbvio é aquilo que ninguém enxerga, até que alguém o expresse com simplicidade.
Khalil Gibran

‎A morte deixa uma mágoa que ninguém pode curar, o amor deixa uma memória que ninguém pode roubar.
Khalil Gibran

\

Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós.
Khalil Gibran

\

Mãe... 
Obrigado por ter me dado o sagrado, a vida,
 por ajudar a me tornar uma pessoa melhor, 
por fazer do seu colo aconchego para os piores dias... 
és meu maior exemplo... 
com seus cuidados sou forte, sinto-me protegida...
obrigada por ser pai e mãe, 
foste a primeira a acreditar e aplaudir,
sentir orgulho de mim,
minha companheira, em dias de sol ou chuva,
sempre foste luz mesmo que tinha escuridão,
sinto-me eternamente agradecida
Kauane Jaques

Solitude
Quem em sã consciência de afeto
Ousará julgar-se sozinho
E além de tudo incompleto
Quando a solidão supera a solitude
Vai-se embora o amor
Perde-se o ardor da virtude
Imprudente é quem se ilude
Que a completude está na presença
O que vem de fora pra dentro
Não torna uma alma intensa.
Rodrigo Menezes

Joaquin 
Minha vida não é a mesma desde que você chegou há um ano atrás.
O amor para mim agora tem outro significado,
Agora significa vida.
Significa Joaquin
Não conheço coisa mais linda que teu sorriso,
Aquela risada é som que reflete no meu coração,
Ecoa felicidade.
Sempre soube o caminho que gostaria de percorrer
Mas jamais pensei que você seria a bússola que me guiaria 
Às vezes fico surpreendida 
Você ainda não fala
Mas diz coisas lindas com teu jeito de olhar
Saiba que o amor por ti não tem igual.
E saiba também que certamente jamais soltarei sua mão
E acompanharei em cada pôr-do-sol,
 que a vida permita compartilhar juntos
Agora, finalmente
Entendo o verdadeiro sentido de tudo
A vida é um conto,
Uma história que se escreve todos os dias.
A vida é você  
Pía Ganoza

“Quando fico assim muito pensativo...
Hoje fui as compras na ferragem
Tratei de comprometer-me em responsabilidades em um ano inteiro
Já que agora não tenho mais interesse em desbravar a Inglaterra
Vestido a carnaval carioca.
Sempre raiando um novo dia tomara!
Silenciosas destas possibilidades que te grito
Da proteção solar de uma nuvem”.
Rodrigo Machado

METÁFORA
Não vou descascar o poema maduro,
que verte açúcar nos adjetivos. 
Já não posso mais com 
tanta glicose literária.
Quero a metáfora que 
empilha tijolos para tecer 
o agasalho da intimidade, 
com os substantivos 
que alicerçam o cotidiano. 
Robson Alves Soares

Encontrei na gaveta
palavras amassadas
e junto um olhar perdido
sábio distante
matizado de ouro
uma simpatia tímida
alma profunda
mente cheia de brilho
...e nestes minutos soltos
quero eternidade
para sentir a vida mais leve.
Zaira Cantarelli

Faça seu login para comentar!