Blog do Mistério
A mulher da curva
Aparições de misteriosas mulheres em beiras de estradas mexem com o imaginário popular do mundo todo. A história de hoje é famosa na Espanha e tem uma aura sobrenatural que assusta pessoas que ouvem este conto, mas esta não é a intenção, a mulher da curva ou la chica de la curva, aparece somente para fazer um alerta, não para levar ninguém para o mundo dos mortos.
A versão mais conhecida vem de uma estrada deserta na Catalunha, dizem que, em uma noite chuvosa, um motorista retornava para casa quando, de repente, avistou a figura solitária de uma jovem parada no meio da rodovia. Ela estava vestida de branco, imóvel, como se o aguardasse. Intrigado e um tanto apreensivo, o homem decidiu parar e oferecer-lhe carona, não parecia correto deixá-la ali.
Durante o trajeto, o motorista tentou puxar conversa, perguntando por que a moça estava sozinha naquela noite tempestuosa. No entanto, suas respostas eram vagas, quase esquivas, como se escondesse algo. Havia em seu silêncio um peso estranho, o motorista estava em alerta, sentia que algo errado acontecia naquele momento. Ainda assim, ele continuou dirigindo, mantendo os olhos na estrada encharcada.
Foi então que, ao se aproximarem de uma curva traiçoeira e muito fechada, a jovem quebrou o silêncio. Ela se inclinou levemente para a frente e, com voz calma, mas firme, aconselhou: “Reduza a velocidade. Tenha cuidado aqui.” O motorista, assustado com a súbita advertência, obedeceu instintivamente. E foi justamente essa obediência que o salvou de um acidente certo, algo que ele não teria notado sem o alerta.
Repleto de alívio por escapar do perigo, ele agradeceu sinceramente à passageira. Mas a resposta da moça o fez gelar por dentro: “Eu precisava avisar. Essa é a minha missão... Morri aqui, nesta mesma curva, muitos anos atrás.”
Atônito, o motorista virou-se de imediato para encará-la. Porém, diante de seus olhos, não havia mais ninguém. O banco estava vazio, embora ainda úmido, como se as roupas ensopadas da jovem realmente tivessem estado ali. Naquele instante, o homem compreendeu que não havia dado carona a uma pessoa comum, mas a um espectro preso para sempre àquela estrada.
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