Blog dos Espíritos
Fraternidade, caminho do progredir
Amor ao próximo
A palavra fraternidade tem como significado amor aos irmãos, sendo uma atitude de união, semelhante à que existe entre irmãos consanguíneos, independentemente se as pessoas são amigas ou desconhecidas. Esta é uma virtude que necessita ser treinada na vida de relação em comunidade, e se queremos mudança no mundo, esta deve começar por nós mesmos.
A fraternidade tem sido buscada há muito tempo no nosso planeta Terra, tanto assim é que o ensinamento maior de Jesus, modelo e guia para a humanidade, a contempla de forma implícita: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, indicando que amar ao próximo é fazer a ele o que gostaríamos que ele nos fizesse e, por isso, devemos procurar enxergar no próximo um irmão, porque realmente somos todos irmãos perante o mesmo Pai Celeste.
Os Espíritos Superiores da Codificação Espírita, em resposta à questão 886 de O Livro dos Espíritos, assim definem a Allan Kardec o sentido da palavra caridade: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas”.
Vamos colher no Evangelho Segundo o Espiritismo lições sublimes para nos motivar as ações de amor fraterno: “A Terra produzirá o suficiente para alimentar a todos os seus habitantes, quando os homens souberem administrar, segundo as leis de justiça, de caridade e de amor ao próximo, os bens que ela dá. Quando a fraternidade reinar entre os povos, como entre as províncias de um mesmo império, o momentâneo supérfluo de um suprirá a momentânea insuficiência do outro; e cada um terá o necessário”.
Progresso moral
Na Revista Espírita de 1866, Allan Kardec nos fala do progresso que atingimos ao longo do tempo, mas que ainda falta-nos virtudes essenciais a serem conquistadas: “Até hoje a Humanidade realizou incontestáveis progressos. Por sua inteligência, os homens chegaram a resultados que jamais haviam atingido em termos de Ciências, Artes e bem-estar material. Resta-lhes ainda um grandioso resultado a atingir: fazer reinar entre si a caridade, a fraternidade e a solidariedade, para assegurar o seu bem-estar moral”.
Novamente nos reportando ao Evangelho Segundo o Espiritismo, encontramos encorajamento para prosseguirmos avançando em nossa jornada evolutiva: “A fraternidade não mais está circunscrita a alguns indivíduos que o acaso reúne durante a duração efêmera de uma vida; é perpétua como a vida do Espírito, universal como a Humanidade, que constitui uma grande família cujos membros são todos solidários reciprocamente, seja qual for a época em que tenham vivido. Tais são as ideias que ressaltam do Espiritismo, e que ele suscitará entre todos os homens quando estiver universalmente difundido, compreendido, ensinado e praticado. Com o Espiritismo, a fraternidade, sinônimo da caridade pregada pelo Cristo, já não é uma palavra vã; ela tem a sua razão de ser. Do sentimento de fraternidade nasce o da reciprocidade e dos deveres sociais de homem a homem, de povo a povo, de raça a raça. Destes dois sentimentos bem compreendidos sairão, forçosamente, as mais proveitosas instituições para o bem-estar de todos”.
A nova ordem social
E também nos dá a certeza do porvir ditoso que nos aguarda, quando finalmente entendermos que somos todos irmãos na grande família universal: “A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social. Mas não haverá fraternidade real, sólida e efetiva se não for apoiada em base inabalável, e essa base é a fé, não a fé em tais ou quais dogmas particulares, que mudam com os tempos e pelos quais os povos se atiram pedras (...), mas a fé nos princípios fundamentais que todo mundo pode aceitar: Deus, a alma, o futuro, o progresso individual indefinido, a perpetuidade das relações entre os seres. Quando todos os homens estiverem convencidos de que Deus é o mesmo para todos, que esse Deus, soberanamente justo e bom, nada pode querer de injusto, que o mal vem dos homens e não dele, olhar-se-ão como filhos de um mesmo pai e dar-se-ão as mãos. Esta é a fé que o Espiritismo dá e que será, de agora em diante, o pivô em torno do qual mover-se-á o gênero humano”.
Deste modo, a fraternidade é virtude que todos nós devemos cultivar, praticando a gentileza para com todos, respeitando o próximo, sendo bondosos e compreensivos para com todos. Devemos abrir a alma às manifestações generosas para com todos os seres, não caminhemos indiferentes ao passo dos nossos semelhantes, busquemos nos relacionar bem com todos, pois a humanidade é uma só família, aprendamos com o Cristo a verdadeira fraternidade e a exemplifiquemos como ele fez e nos ensinou.
Sigamos fraternalmente o caminho do bem e das virtudes, seguindo o conselho amigo de Paulo de Tarso: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.
KARDEC, Allan. “O Evangelho Segundo o Espiritismo”; “O Livro dos Espíritos”; “Revista Espírita”, edição de outubro de 1866.
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