Blog dos Espíritos
Lei de Igualdade
Todos iguais perante Deus
Nos valorosos e sábios ensinamentos trazidos pelos Benfeitores Espirituais, sabemos que todos nós fomos criados simples e ignorantes, partindo do mesmo princípio e, portanto, todos iguais perante Deus. Allan Kardec observa em nota à questão 803 de O Livro dos Espíritos: “todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza.
Todos nascem com a mesma fraqueza, estão sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Portanto, Deus não deu, a nenhum homem, superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte. Diante Dele, todos são iguais”.
O que nos diferencia
Já quanto às nossas aptidões e experiências, pode-se notar a desigualdade, explicada pelos Espíritos da Codificação: “Deus criou todos os espíritos iguais, mas cada um deles tem maior ou menor vivência e, por conseguinte, tem maior ou menor experiência. A diferença está no grau da sua experiência e da sua vontade, que é o livre-arbítrio; daí uns se aperfeiçoam mais rapidamente e isso lhes dá aptidões diversas.
A variedade das aptidões é necessária, a fim de que cada um possa concorrer aos objetivos da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais”. Ao que Kardec também acrescenta em nota: “A diversidade das aptidões do homem não resulta da natureza íntima de sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento ao qual chegaram os Espíritos nele encarnados.
Deus, portanto, não criou desigualdades de faculdades, mas permitiu que os diferentes graus de desenvolvimento estivessem em contato, a fim de que os mais adiantados pudessem ajudar o progresso dos mais atrasados, e, também, a fim de que os homens, tendo necessidade uns dos outros, cumprissem a lei de caridade que os deve unir”.
Diferenças sociais, de riquezas e de gênero
Analisando as diferenças sociais, constante na questão 806, os Benfeitores nos esclarecem tratar-se de obra das criaturas e não de Deus, visto que resultam de duas chagas da humanidade: o orgulho e o egoísmo. Estas desaparecerão conforme evoluirmos, atingindo graus mais elevados e nos distanciando de nosso ser materialista.
Restará apenas a desigualdade de mérito, pois a cada um segundo suas obras, não sendo possível a igualdade de riquezas pela mesma razão, já que dependem de diversos fatores que tornariam impossível a igualdade absoluta, tais como esforços, vocações, aptidões, inteligência. Porém, o fato de colhermos diferentes frutos de nossos trabalhos, conforme merecimento e esforços, não nos impede de sermos fraternos e de dividirmos e auxiliarmos os mais necessitados.
Deus deu a inteligência do bem e do mal a todas as criaturas, bem como a faculdade de progredir e o livre-arbítrio, afirmação que é complementada pela resposta da questão 820: “Deus conformou a organização de cada ser às funções que deve cumprir. Se deu à mulher uma força física menor, dotou-a, ao mesmo tempo, de uma maior sensibilidade, relacionada com a delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados”.
Lições de fraternidade
Assim, mesmo tendo sido criados todos iguais, simples e ignorantes, devemos considerar o alerta trazido por Emmanuel na obra Roteiro, pela psicografia de Chico Xavier: “O Espiritismo, confirmando o Evangelho, vem amparar o homem e convidá-lo a aprimorar-se e engrandecer-se, consoante a sabedoria da lei que determina a cada um, segundo as suas obras”.
Desta forma, mesmo que tenhamos partido do mesmo princípio, a evolução acontece de forma diferente para cada criatura, em cada individualidade, podendo ocorrer de forma mais rápida ou mais demorada, dependendo do momento e do entendimento de cada ser.
Então, façamos a nossa parte, não deixando de descuidar de nosso desenvolvimento pessoal e espiritual, mas também olhando para nosso próximo, auxiliando e amparando, nos fazendo sensíveis ao sofrimento alheio, nos recordando do amor e da caridade que nos foram tão bem exemplificados pelo Mestre Jesus, para nosso progresso e principalmente para a transformação de nosso planeta em um mundo verdadeiramente regenerado.
Na obra O Consolador, psicografada por Chico Xavier, apresentamos as elucidações de Emmanuel, a nos ensinar e fazer refletir: “Sabemos que [...] existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus, que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual.
Eis por que cada criatura terá o seu mapa de méritos nas sendas evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas planetárias, uma grandiosa escala progressiva em matéria de raciocínios e sentimentos, em que se elevará naturalmente todo aquele que mobilizar as possibilidades concedidas à sua existência para o trabalho edificante na iluminação de si mesmo, nas sagradas expressões do esforço individual”.
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos.
XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel – Roteiro, O Consolador.
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