Blog Da Poesia

Alice Walker

17/11/2021 08:40 - por Tiago Vargas

Alice Walker nasceu em 9 de fevereiro de 1944, nos Estados Unidos marcado pela segregação racial. Escritora, poeta e ativista. Sua publicação máxima é A cor Púrpura, romance que recebeu o National Book Award e o Prêmio Pulitzer de ficção em 1983. Esta obra também foi adaptada para o cinema, drama clássico dirigido por Spielberg e protagonizado por Danny Glover e Whoopi Golberg. Em busca dos jardins de nossas mães: prosa mulherista e A terceira vida de Grange Copeland são outras obras relevantes da autora. Poeta de estilo atemporal, seus versos questionam os limites da dor e retratam com propriedade e peculiaridade o cotidiano de mulheres negras e a complexidade das relações humanas. Poesia da liberdade. Emancipativa. 

Os animais do mundo existem para seus próprios propósitos. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens.
Alice Walker

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No seas el predilecto de nadie
No seas el predilecto de nadie;
Sé un paria.
Toma las contradicciones
De tu vida
Y envuélvete con ellas
Como si fueran un manto,
Para esquivar las piedras
Para mantenerte abrigado.
Mira a la gente sucumbir
A la locura
Con hurras copiosos;
Déjale que te mire de reojo
Y que tu reojo conteste.
Sé un paria;
Está contento de caminar solo
(Fuera de moda)
O ponte en fila con el abarrotado
Lecho del río
Con otros impetuosos
Incautos.
Haz una reunión alegre
En la ribera
Donde miles murieron
Por palabras valientes y maltrechas
Que ellos dijeron.
Pero no seas el prediledcto de nadie;
Sé un paria.
Digno de vivir
Entre tus muertos.

I have learnt not to worry about love
I have learnt not to worry about love;
but to honor its coming
with all my heart.
To examine the dark mysteries
of the blood
with headless heed and
swirl,
to know the rush of feelings
swift and flowing
as water.
The source appears to be
some inexhaustible
spring
within our twin and triple
selves;
the new face I turn up
to you
no one else on earth
has ever
seen.

Sem expectativa
Não espere nada. Viva frugalmente
Na surpresa.
Torne-se um estranho
Para a necessidade de pena
Ou, se a compaixão vier livremente
Dada
Tome apenas o suficiente
Curta parada na urgência para pleitear
Então purgue-se da necessidade.
Deseje nada largamente
Em seu próprio pequeno coração
Ou maior que uma estrela;
Cultive um selvagem desapontamento
Com carinho insensível e frio
Faça uma cobertura
Para que sua alma.
Descubra a razão pela qual
Tão pequena humana figura
Existe em todos
Tanto medo insensato
Mas, não espere nada. Viva frugalmente
Na surpresa.
Alice Walker

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DE TODOS OS LUGARES
Do céu vieram os Deuses
das matas as lendas
das montanhas os animais
das estradas a poeira
dos corações as saudades
dos pensamentos o amor
dos antigos as histórias
do cajueiro o caju
das águas as sereias
da boca o beijo
do tempo a sabedoria
do além-mar as caravelas
dos temperos os sabores da minha terra.
Jorge Ritter

TUAS MÚLTIPLAS FACETAS 
(1)
E modelada era, pois...
Tua cordilheiras íngremes 
Aos sorrisos ensolarados
De quais-queres Josés,
Ou quais-queres Leonardos.
Fizeram-se ultrapassadas 
Ao tempo e relento
Sufocaram-se em múltiplas 
Facetas sem teto.

(2)
E exurpados eram...
Teus lábios e arredores
Pois teus lábios já insolentes 
Derramaram teu leite à lágrimas
E derrubaram tuas faces esbeltas.
E desvaneceu da velhice
E de seu vértice recorrente 
Recorreu ao tempo insolente 
E julgada foi pela intrépida foice.
R. Stoll Paranhos 

Crônica
Em Brasília dezenove horas
e em todo lugar no interior desse mundo de deus
lê-se as últimas notícias.
No pulmão do mundo o ar se perde das bocas dos bebês que às pressas 
são arrancados das mães para desespero quanto ao destino incerto de suas vidas.
No pulmão do mundo o ar se perde em instantes
sem acenos ou despedidas;
e até que se conclua essa manchete inominada
mais um número na prancheta da estatística.
Em Brasília dezenove horas
em ponto.
Ederson Fogliarini

Olhares se cruzam
Almas se enxergam
Um coração acelera
Universos se curvam...
Um sentimento nasce e, é guardado como um tesouro.
Por um segundo o mundo pausa no meio de tantas pessoas artificiais um destaque inesperado só pelo falar te encanta.
Sorte do pirata que desvendar os enigmas desse tesouro encontrará algo mais belo e puro que o pôr do sol.
Na medida certa , no tempo errado após a tempestade o arco íris surge.
Com o surgimento dele quase despedaça o frio do meu coração.
Chaniele Gomes da Silva

Café de Outono
Com um café na mão
Poema em conclusão
Frases alteradas
De formas rebuscadas
Escritas e apagadas
Com borracha e foto registrada
Livro em frente
Ideias na mente
Com um lápis no ar
Pensamentos a perambular
Vagando possibilidades
Procurando probabilidades
Buscando 
E encontrando
Ideias em imagens
E imagens em ideias
Com um café na mão 
Um poema chega à conclusão.
Luísa Gonçalves Nunes

Afinal
Escrita é cura por correspondência
comigo mesma.
Preciso de paciência.
Meu tempo, é meu guia.
Nem sempre as coisas têm ciência.
Há muito pouco de consciência
rolando por aí. 
Normalmente, elas são a própria
Inconsistência.
Que até parece inconsciente
Mas também, tanto faz
sem exigências.
Afinal,
até Caetano já dizia:
De perto, ninguém é normal...
Salve Pacha

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