Blog dos Espíritos

Esquecimento do passado

21/11/2022 08:47 - por Eleni Maria Machado

A questão mais formulada daqueles que dizem não acreditar em vida após a morte é “Por que esquecemos?”

A vida é uma só, isto é, teve começo quando fomos criados por Deus, mas não terá fim, somos imortais. A vida em um corpo material, carnal, nada mais é do que “uma experiência física” muito pequena em relação à nossa imortalidade; portanto somos “Espíritos em uma experiência material”.

Mas por que esquecemos? Porque se Deus julgou conveniente lançar um véu sobre o passado, é porque isso devia ser útil.

Quando Allan Kardec pergunta aos Espíritos Superiores “Que é Deus?”, recebe deles a resposta de que “Deus é a Inteligência Suprema, causa primária de todas as coisas”, e logo adiante: que é eterno, imutável, imaterial, único, onipotente e soberanamente justo e bom. E por ser Pai, bom e justo, o véu do esquecimento é Sua misericórdia para com seus filhos. Não é, portanto, o esquecimento um obstáculo ao nosso aproveitamento das experiências vivenciadas, mas uma proteção contra perturbações nas relações sociais. Com efeito, essa lembrança teria graves inconvenientes; poderia, em certos casos, humilhar-nos estranhamente ou, por outro lado, exaltar nosso orgulho e, por isso mesmo, entravar o nosso livre-arbítrio.

Por que reencarnar?

Deus impõe aos Espíritos a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Mas para alcançarem essa perfeição, tem que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal. Visa ainda outra finalidade a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta. 

A voz da consciência

O Espírito renasce, o mais das vezes, entre as mesmas pessoas com a finalidade de reparar o mal que lhes fez; e o esquecimento é fundamental para essa harmonização, pois que se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos seria humilhado diante daqueles que houvesse ofendido.

Mas não está abandonado à própria sorte, pois Deus deu, para seu adiantamento, a voz da consciência e as tendências instintivas, que deve bastar. E tira o que lhe poderia prejudicar: a lembrança dos enganos passados.

Essa voz da consciência vai guiar o homem em sua encarnação. Cada um traz consigo o que adquiriu em existências pregressas e cada existência é para ele um novo ponto de partida e pouca importância dá em saber o que foi. Deve examinar suas tendências más atuais e saberá o que resta nelas a corrigir e concentrar aí sua atenção. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem ou mal e lhe dá força para resistir às más tentações.

Volta à vida espiritual

Esse esquecimento somente ocorre durante a vida corporal. Voltando à vida espiritual, o Espírito retoma as lembranças do passado; não é, pois, senão uma interrupção momentânea, como ocorre na vida terrestre durante o sono, e que não impede de lembrar, no dia seguinte, o que se fez na véspera e nos dias precedentes.

As experiências comprovam que durante o sono do corpo, na encarnação, quando o Espírito goza de certa liberdade, ele tem consciência de seus atos anteriores e sabe por que sofre e que sofre justamente; a lembrança não se apaga senão durante a vida exterior de relação. Mas, à falta de uma lembrança precisa, que poderia ser penosa e lhe prejudicar em suas relações sociais, ele ganha novas forças nesses instantes de emancipação da alma, se sabe aproveitá-los.

O Livro dos Espíritos, cap. II; O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. V, item 11.

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