Blog dos Espíritos
Leis Morais – Lei Divina ou Natural
Lei de Deus
De acordo com O Livro dos Espíritos, “A lei natural é a lei de Deus. É a única verdadeira para a felicidade do homem. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer, e ele só é infeliz quando dela se afasta. É eterna e imutável como o próprio Deus”.
Deus pai, soberanamente justo e bom, jamais se engana, suas leis são perfeitas e regem a harmonia de todas as coisas no Universo, ao contrário da Lei Humana, que sofre modificações e alterações, por serem imperfeitas.
Compreendem todas as leis da natureza, já que Deus é o autor de tudo que existe. “O cientista estuda as leis da matéria, o homem de bem estuda e pratica as da alma”. Porém, uma única existência não nos é suficiente para entender e conhecer tudo que está contido em suas leis, conforme Allan Kardec bem nos esclarece em nota à pergunta 617 de O Livro dos Espíritos: “Efetivamente, que são alguns anos para a aquisição de tudo o de que precisa o ser, a fim de se considerar perfeito, ainda que se pense apenas na distância que vai do selvagem ao homem civilizado? Insuficiente seria, para tanto, a existência mais longa possível. Ainda com mais forte razão o será quando curta, como é para a maior parte dos homens.
Entre as leis divinas, umas regulam o movimento e as relações da matéria bruta: as leis físicas, cujo estudo pertence ao domínio da ciência. As outras dizem respeito especialmente ao homem considerado em si mesmo e nas suas relações com Deus e com seus semelhantes. Contêm as regras da vida do corpo, bem como as da vida da alma: são as leis morais”.
Disponível para todos
Ainda na obra da Codificação, Kardec questiona aos Espíritos Superiores se a todos é facultado conhecer essas leis, ao que obtemos a resposta esclarecedora: “Todos podem conhecê-la, mas nem todos a compreendem. Os homens de bem e os que se decidem a investigá-la são os que melhor a compreendem. Todos, entretanto, a compreenderão um dia, porquanto forçoso é que o progresso se efetue”.
A cada nova reencarnação, a inteligência do ser humano avança, assim como é dado seu progresso evolutivo, e quanto mais desenvolvido intelectual e moralmente, melhor compreende o bem e o mal, pois a Lei de Deus está escrita na consciência de todos nós, porém nossos maus instintos e tendências frequentemente nos fazem esquecê-las ou renega-las, cabendo somente a nós mesmos a sua aplicação e cumprimento.
Por isso, Deus, nosso pai de piedade e amor, apesar de desprezarmos e esquecermos suas leis, nos enviou sempre Espíritos Superiores com a missão de nos revelarem e relembrarem suas leis, os profetas, assim conceituados em O Livro dos Espíritos: “O verdadeiro profeta é um homem de bem inspirado por Deus. Podeis reconhecê-lo pelas suas palavras e pelos seus atos. Impossível é que Deus se sirva da boca do mentiroso para ensinar a verdade”.
Jesus, modelo e guia
E dentre todos os profetas enviados por Deus, o mais perfeito, que assim nos foi enviado para modelo e guia, foi Jesus Cristo, “que constitui o tipo da perfeição moral a que a humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque o espírito divino o animava, e porque foi o ser mais puro de quantos têm aparecido na Terra”.
Porém a humanidade ainda não estava pronta para todos os ensinamentos que Jesus veio nos trazer, vindo mais tarde o ensino dos Espíritos nos revelar o verdadeiro teor de suas mensagens, como assim nos explicam os Espíritos da Codificação: “Jesus empregava amiúde, na sua linguagem, alegorias e parábolas, porque falava de conformidade com os tempos e os lugares. Faz-se mister agora que a verdade se torne inteligível para todo o mundo.
Muito necessário é que aquelas leis sejam explicadas e desenvolvidas, tão poucos são os que as compreendem e ainda menos os que as praticam. A nossa missão consiste em abrir os olhos e os ouvidos a todos, confundindo os orgulhosos e desmascarando os hipócritas: os que vestem a capa da virtude e da religião, a fim de ocultarem suas torpezas. O ensino dos Espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância, e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão. Estamos incumbidos de preparar o reino do bem que Jesus anunciou.
Daí a necessidade de que a ninguém seja possível interpretar a lei de Deus ao sabor de suas paixões, nem falsear o sentido de uma lei toda de amor e de caridade.”
Assim, a Doutrina Espírita vem nos esclarecer quantos aos ensinamentos de Jesus e a importância de entendermos e cumprirmos as leis de Deus, para nossa evolução rumo à perfeição que nos cabe, a todos nós.
KARDEC, Allan – “O Livro dos Espíritos”.