Era uma noite estranha, em que uma névoa baixou pela estrada de repente. A visibilidade diminuiu muito, para ambos os lados.

Um homem que precisa ir do interior para a cidade, de repente viu-se sozinho, naquele lugar silencioso. Nem parecia que ele pertencia mais ao mundo dos vivos.

Não demorou muito e um ônibus dos antigos encostou no acostamento. O homem nem mesmo sabia que aquele modelo ainda circulava. Desconfiado e louco para sair daquela névoa, embarcou. Não viu direito o letreiro que anunciava o destino.

Notou que todos os passageiros estavam extremamente bem-vestidos. Algum evento pela região, algo que ele desconhecia. E ninguém falava nada naquela lotação, era somente o som do motor rompendo o silêncio da noite. 

Não tardou e o motorista parou o ônibus. Avisou ao homem que descesse sem olhar para trás, mesmo sem saber por que, ele obedeceu.

Chegou ao seu destino em segurança e narrou o fato estranho de que o motorista nem mesmo lhe cobrara a passagem.

Um patrício então apavorou-se: era o ônibus fantasma, ele lhe contou. Havia capotado em uma ribanceira há muitos anos, em uma noite chuvosa. Aqueles que não morreram com o impacto morreram com as chamas, que irromperam logo depois do acidente. E até hoje o ônibus vaga pelas estradas, a colher pessoas que estão pelo caminho.

A ordem é não olhar para trás. Caso não obedeça, ao invés de passageiros bem vestidos, vê-se os cadáveres daqueles que se foram e as portas do ônibus se fecham pela eternidade. 

* Lenda Urbana Mexicana.