Blog dos Espíritos
Perdoar vale a pena
No terceiro folder da campanha pela valorização da vida do Setembro Amarelo, encontramos o perdão como palavra principal. Mas afinal de contas, o que significa perdoar? A palavra vem de uma expressão latina per mais donare. Per é um prefixo que quer dizer, além de. E donare é doar. Quando juntamos, temos a expressão doar além, dar um pouco mais.
Se nós prestarmos atenção no Evangelho, o tempo inteiro Jesus Cristo nos fez essa proposta, para doar sempre um pouco mais, e para perdoar não sete vezes, mas setenta vezes sete vezes. Quando Jesus nos dá essa recomendação, está nos concitando a perdoar sem restrições, quantas vezes forem necessárias, em favor do nosso próprio equilíbrio espiritual.
E é por isso que, quando nós perdoamos, nos sentimos felicitados pelo ato do perdão, nos sentimos bem e mais leves ao perdoar alguém. Daí, se nós quisermos nos libertar das criaturas que erraram contra nós, temos a fórmula mágica ensinada pelo Evangelho do Cristo: perdão.
O perdão é o remédio santo. É graças a essa capacidade de perdoar que nós avançamos mundo afora com o coração limpo, sem guardar lixo dentro dele. Naturalmente, quando pensamos nessa questão do perdão, da limpeza da alma, da tranquilidade consciencial, devemos imaginar quantos indivíduos, dos quais precisamos que nos perdoem, quantas são as pessoas das quais esperamos um gesto de perdão.
Começamos, como nos ensina o Espírito André Luiz, fazendo as coisas por obrigação, depois passamos a fazê-las por hábito, até que depois da obrigação, depois do hábito, elas se nos tornem atitudes espontâneas.
Ninguém espere que, de repente, comece a perdoar, já tenha o coração aberto para o perdão. Ainda somos muito limitados em nossa evolução espiritual. Para isso precisamos começar cedo a fazer as longas caminhadas. Se o perdão é para nós uma coisa complicada de realizar, comecemos agora a desculpar, a tolerar, a suportar e, gradativamente, essas virtudes vão se tornando de tal modo eficazes em nós, que vão nos convertendo em pessoas leves, capazes de perdoar realmente e sem grandes sacrifícios.
Perdoar requer desprendimento de nós mesmos e compreensão do outro, e normalmente não estamos habituados a praticar nem uma coisa nem outra, por isso exercitar o perdão exige que coloquemos nosso coração acima de nossas expectativas. Não podemos evitar que o outro nos machuque, mas podemos impedir que essa dor nos consuma.
É libertar-se da dor, deixando o peso para trás, não é esquecer o que aconteceu, mas impedir que isso continue nos atingindo, tendo em mente que tanto nós como o outro ainda estamos em processo de recuperação de nós mesmos, de autoconhecimento e evolução.
E perdoar a si mesmo é ainda mais urgente que perdoar ao próximo, pois se você não consegue se perdoar, como vai ter condições de perdoar a quem quer que seja? Se não perdoar seus próprios erros, suas próprias faltas, como conseguirá perdoar os erros e faltas alheias? Perdoe primeiro a si mesmo, logo, urgentemente.
Reconheça seus erros, reveja os sentimentos e valores que o levaram a cometer deslizes e adotar comportamentos errados, abra-se consigo mesmo. Perdoe-se. Faça as pazes com você e comece já a mudar seu padrão de pensamentos e sentimentos. Controle seus pensamentos, eles são determinantes para o que você faz de você.
Perdoar é amar, então tenha sempre na mente e, principalmente, no coração os ensinamentos do Mestre Jesus: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
KARDEC, Allan – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”;
Federação Espírita do Rio Grande do Sul – material de divulgação pela valorização da vida.