Blog dos Espíritos
Cristianismo é Cristo no coração
Vivência evangélica
O Cristianismo, em sua essência, não se resume a templos, rituais ou crenças externas, mas à vivência íntima da mensagem de Jesus no coração. A Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, ao revisitar e iluminar os ensinos do Cristo à luz da razão e da imortalidade da alma, convida-nos a perceber que o verdadeiro cristão é aquele que incorpora os princípios evangélicos em sua conduta diária, fazendo de sua vida um reflexo do amor divino.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” encontramos: “O verdadeiro homem de bem é o que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza” (cap. XVII, item 3). Essa é a síntese do Cristianismo no coração: não uma fé apenas declarada, mas uma transformação interior que se traduz em conduta.
Allan Kardec recorda que a moral do Cristo é universal e atemporal, servindo de roteiro para todas as gerações. Jesus, ao sintetizar toda a Lei no amor a Deus e ao próximo, revelou que a transformação do mundo não se faz pela força, mas pela renovação íntima de cada ser. Assim, o Cristianismo se torna vivo quando não é apenas professado, mas vivido no íntimo de cada coração.
Jesus é o Mestre por excelência. Sua vida é o exemplo permanente de humildade, amor e renúncia. Emmanuel, no livro “Caminho, Verdade e Vida”, nos afirma: “O Cristo não apenas pregou a verdade, mas exemplificou-a em todos os instantes de sua vida imaculada”. O Espiritismo reforça que Jesus não veio fundar um culto exterior, mas oferecer um caminho de libertação da alma. Kardec escreve que Ele é para a humanidade o modelo e guia (O Livro dos Espíritos, questão 625), e somente na prática de seus ensinos encontraremos paz verdadeira.
Caridade, amor e perdão
No Capítulo XI do Evangelho Segundo o Espiritismo, está o princípio fundamental do seu ensinamento: “Fora da caridade não há salvação”. O Cristo no coração se manifesta ainda pelo amor sem fronteiras e pelo perdão ilimitado. Emmanuel, em “Fonte Viva”, nos recorda: “Cristo é o Mestre por excelência, cuja vida é a lição permanente para todos os discípulos”. Esse amor incondicional se revelou na compaixão com os sofredores e na lição do perdão, quando ensinou a Pedro: “Não te digo que perdoes até sete vezes, mas até setenta vezes sete” (Mateus 18:22). O Espiritismo explica que o perdão não é apenas uma concessão ao outro, mas libertação da própria alma.
Ser cristão é servir. Na obra “Vinha de Luz”, Emmanuel esclarece: “O Evangelho não é apenas uma escola para o pensamento, mas um roteiro de serviço para a ação”. E a epístola de Tiago confirma: “A fé sem obras é morta” (Tiago 2:26). Assim, a vivência cristã exige que traduzamos o sentimento em atos de solidariedade. “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (cap. XV, item 10) reforça: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que faz para domar suas más inclinações”.
Jesus, modelo guia
O impacto de Jesus em nossas vidas é profundo: Ele nos mostra que a verdadeira felicidade não se encontra nas posses materiais, mas na paz da consciência e na vivência do bem. Sua vida é o modelo que nos ensina a suportar a dor com esperança, a lutar contra o egoísmo, o orgulho e a violência, e a buscar a construção de um mundo de justiça e fraternidade.
Ter o Cristo no coração é, portanto, ação contínua de renovação interior, manifestada em caridade e humildade. A certeza da vida futura, trazida pelo Espiritismo, fortalece nossa fé diante das provas. O Mestre nos recorda: “Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados” (Mateus 5:4; Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, item 18). Emmanuel, no livro “Pão Nosso”, reforça: “Aceitemos Jesus como companheiro de todas as horas e teremos a luz divina clareando-nos o caminho”. Portanto, Cristo é o consolo que transforma lágrimas em sementes de esperança e coragem.
Assim, podemos afirmar que: o Cristianismo é Cristo no coração quando amamos sem barreiras, incondicionalmente, quando perdoamos sem limites, quando servimos humildemente e fazemos do Evangelho um guia prático de vida, mantendo a fé e a resignação, aceitando as provas e desafios da vida como oportunidades de crescimento e evolução. Emmanuel, em “Pensamento e Vida”, sintetiza: “Cristo é a luz das almas. Quem o guarda no coração ilumina-se para sempre”.
Como lembra Kardec em “O Livro dos Espíritos”, a lei de amor é a base de todas as outras leis morais, e somente pela sua prática conseguiremos alcançar a regeneração da humanidade. Emmanuel também reforça que o Cristo é o caminho seguro, o amigo fiel e o guia que não abandona, desde que o acolhamos em nosso coração. Seguir as lições do Cristo é viver o Evangelho na intimidade da alma, fazendo de cada pensamento, palavra e ação um reflexo do amor divino. É transformar a própria vida em carta viva do Evangelho, irradiando paz, fé e esperança ao mundo.
O Espiritismo, ao reviver a simplicidade e profundidade do Evangelho, nos convida a não adorar Jesus apenas com os lábios, mas a segui-lo em espírito e verdade, transformando cada dia em oportunidade de aprendizado, serviço e amor. É deixar que Ele viva em nós, para que nossas vidas sejam cartas vivas do Evangelho, irradiando luz, paz e esperança ao mundo.
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