Blog dos Espíritos
Lei de Reprodução
Reprodução e obstáculos
Diretamente relacionada às outras Leis Morais, principalmente à Lei do Progresso e de Sociedade, pode-se dizer que a Lei de Reprodução é um complemento a todas elas, visando manter a existência dos seres sobre a Terra, dando-nos a oportunidade de cocriação dos nossos corpos, e de contribuirmos, desse modo, com a reencarnação dos espíritos.
De acordo com a resposta dada pelo Espírito de Verdade à questão 686 de O Livro dos Espíritos, a reprodução dos seres vivos é uma Lei Natural e, sem ela, o mundo corporal pereceria.
Porém, Deus a tudo provê e mantém o equilíbrio, não sendo indiscriminada e de progressão sempre constante essa reprodução. “O homem, que apenas vê um canto do quadro da natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto”.
Sobre a sucessão e aperfeiçoamento das raças, os Espíritos Superiores também apresentam suas elucidações. Sobre o desaparecimento de algumas raças da Terra, afirmam: “Assim acontecerá, de fato. É que outras lhes estão tomando o lugar, como outras um dia tomarão o da vossa”. E sobre as raças e homens atuais existentes em nosso Planeta, em relação aos primitivos: “São os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, mas que ainda estão longe da perfeição.
Assim, a atual raça humana, que, pelo seu crescimento, tende a invadir toda a Terra e a substituir as raças que se extinguem, terá sua fase de decrescimento e de desaparição. Substitui-la-ão outras raças mais aperfeiçoadas, que descenderão da atual, como os homens civilizados de hoje descendem dos seres brutos e selvagens dos tempos primitivos”.
Sobre os obstáculos à reprodução, encontramos nas respostas da questão 693 os ensinamentos que os Espíritos da Codificação nos trazem: “Tudo o que embaraça a natureza em sua marcha é contrário à lei geral. Deus concedeu ao homem, sobre todos os seres vivos, um poder de que ele deve usar, sem abusar.
Pode, pois, regular a reprodução, de acordo com as necessidades; não deve, porém, opor-lhe obstáculos desnecessariamente. A ação inteligente do homem é um contrapeso que Deus dispôs para restabelecer o equilíbrio entre as forças da natureza, e é ainda isso o que o distingue dos animais, porque ele obra com conhecimento de causa. Mas os próprios animais também concorrem para a existência desse equilíbrio, porquanto o instinto de destruição que lhes foi dado faz com que, provendo à própria conservação, obstem ao desenvolvimento excessivo, quiçá perigoso, das espécies animais e vegetais de que se alimentam”.
E nos lembram nossa condição ainda excessivamente materialista na questão 694 (Que se deve pensar dos usos cujo efeito consiste em obstar à reprodução, para satisfação da sensualidade?): “Isso prova a predominância do corpo sobre a alma e quanto o homem está apegado à matéria”.
Casamento, celibato e poligamia
Sobre a união de dois seres pela instituição do casamento, nos esclarecem ser um “progresso na marcha da humanidade. A união livre e fortuita dos sexos é o estado de natureza. O casamento constitui um dos primeiros atos de progresso nas sociedades humanas, porque estabelece a solidariedade fraterna e se observa entre todos os povos, se bem que em condições diversas. A abolição do casamento seria, pois, o retorno à infância da humanidade, e colocaria o homem abaixo mesmo de certos animais, que lhe dão o exemplo de uniões constantes”.
E encerram o capítulo sobre a Lei de Reprodução trazendo elucidações sobre o celibato e a poligamia: “Se o celibato, em si mesmo, não é um estado meritório, outro tanto não se dá quando constitui, pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício praticado em prol da humanidade. Todo sacrifício pessoal com vistas ao bem, sem qualquer ideia egoísta, eleva o homem acima da sua condição material.
A poligamia é lei humana cuja abolição marca um progresso social. O casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem. Na poligamia não há afeição real: há apenas sensualidade. Deve ser considerada como um uso ou legislação especial apropriada a certos costumes, e que o aperfeiçoamento social faz desaparecer pouco a pouco”.
Precisamos refletir sobre aborto
Aproveitando o tema, trazemos aqui outra questão de O Livro dos Espíritos para que possamos refletir acerca da proposta para legalização do aborto discutida pelo Superior Tribunal Federal. “Constitui crime a provocação do aborto, em qualquer período da gestação? Há crime sempre que transgredis a lei de Deus.
Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando”. Devamos nos lembrar do compromisso que assumimos, primeiramente conosco mesmos e com o ser reencarnante e também com Deus de acolher este ser para uma nova vida. Estamos aqui porque fomos acolhidos por nossos pais, ganhamos deles a oportunidade da vida. Veja mais sobre o tema em texto próprio publicado anteriormente.
25º Mês Espírita de Cachoeira do Sul
Aproveitamos este espaço para convidar a todos a participarem das atividades do 25º Mês Espírita de Cachoeira do Sul, todas as quintas-feiras do mês de outubro, às 20h. Nesta primeira quinta-feira receberemos o palestrante Vinícius Lima Louzada, na Sociedade Espírita A Caminho da Salvação.
KARDEC, Allan – “O Livros dos Espíritos”.