Blog dos Espíritos

A parentela corporal e a parentela espiritual

30/05/2022 09:05 - por Eleni Maria Machado

Os laços do sangue não criam forçosamente os liames entre os Espíritos. O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo. Não é o pai quem cria o Espírito de seu filho; ele mais não faz do que lhe fornecer o invólucro corpóreo, cumprindo-lhe, no entanto, auxiliar o desenvolvimento intelectual e moral do filho, para fazê-lo progredir.

Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena. Mas também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação. Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família, e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.  Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue. Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias; problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Evangelho Segundo o Espiritismo, cap., XIV – item 8).

Família espiritual


Família espiritual é a que se forma pela afinidade de sentimentos, duráveis e fortalecidas pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos; se constitui com as diversas encarnações onde temos a oportunidade de transformar desafetos anteriores em seres do nosso convívio, com a possibilidade de transformarem-se em amigos.

Nosso objetivo é amarmo-nos uns aos outros porque somos irmãos em humanidade, filhos do mesmo Pai, que é Deus. Essa caminhada é longa e ainda estamos distantes do fim, mas nos cabe perseverar na melhoria de nós mesmos e, consequentemente, na melhoria dos nossos relacionamentos.

Família corporal


As famílias pelos laços de sangue somente são frágeis como a matéria e não resistem ao tempo, se extinguem com a passagem ao mundo espiritual e, muitas vezes, já nesta existência se dissolvem moralmente.

Mas é nesta situação que nos cabe “aparar as arestas”, buscar amenizar situações difíceis quando não for possível resolvê-las; e fazemos isto buscando conhecer as nossas potencialidades e as nossas fragilidades e, a partir desse conhecimento, transformar as relações difíceis em harmoniosas, pacificadas.

A humanidade da Terra ainda esta bem distante dessa meta. É preciso perseverar e confiar na Providência divina porque sabemos que Deus quer para nós o melhor e que não sofreremos daquilo que não nos é necessário. Podemos ler em João 14:12, dito por Jesus Cristo: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas...”; desta forma Jesus indicava a capacidade de cada um de nós na realização do que nos cabe, mediante confiança Nele e no Seu exemplo. 

O progresso, entre os Espíritos, é o fruto do seu próprio trabalho, mas, como são livres, trabalham para o seu adiantamento com mais ou menos de atividade ou de negligência, segundo sua vontade. “A cada um segundo as suas obras!”, nos disse o Cristo. Todo Espírito que permanece em atraso não pode disso culpar senão a si mesmo, do mesmo modo que, aquele que avança, tem todo o mérito; a felicidade que conquistou não tem preço aos seus olhos. (O Céu e o Inferno, 1ª parte, cap. III, item 7).

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