Blog dos Espíritos

Livre-arbítrio

27/06/2022 08:45 - por Eleni Maria Machado

Por que Deus não outorgou as mesmas aptidões a todos os homens? Deus criou os Espíritos todos iguais, mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles esta na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, outro fará. Assim é que cada um tem seu papel útil a desempenhar. Sendo os mundos solidários entre si, é necessário que os habitantes dos mundos superiores venham habitar aqui, para nos dar o exemplo.

E por que alguns Espíritos seguiram o caminho do bem e outros o do mal? Porque todos os Espíritos tem o livre-arbítrio e fazem suas escolhas segundo sua vontade. Deus não os criou maus, mas “simples e ignorantes”, com aptidão tanto para o mal quanto para o bem.

Progressão dos Espíritos


Como podem os Espíritos, em sua origem de “simples e ignorantes”, ou seja, quando ainda não tem consciência de si mesmos, gozar da liberdade de escolha entre o bem e o mal? Há neles algum princípio que os possa encaminhar a esta ou aquela escolha? O livre-arbítrio se desenvolve à medida que o Espírito adquire a consciência de si mesmo. Já não haveria liberdade, desde que a escolha fosse determinada por uma causa independente da vontade do Espírito. A causa não esta nele, esta fora dele, nas influências a que cede em virtude da sua livre vontade. E de onde vêm essas influências? Dos Espíritos imperfeitos, que procuram apoderar-se dele, dominá-lo, e que rejubilam com o fazê-lo sucumbir.  E essa influência o acompanha na sua vida de Espírito, até que adquira o domínio sobre si mesmo e os maus desistem de obsidiá-lo. 

Fatalidade e livre-arbítrio


A questão do livre-arbítrio pode ser resumida assim: o homem não é fatalmente levado ao mal; os atos que pratica não foram previamente determinados; os crimes que comete não resultam de uma sentença do destino. Ele pode, por prova e por expiação, escolher uma existência em que seja arrastado ao crime, quer pelo meio em que se ache colocado, quer pelas circunstâncias que sobrevenham, mas será sempre livre de agir ou não agir. Assim, o livre-arbítrio existe para ele, quando no estado de Espírito, ao fazer a escolha da existência e das provas e, como encarnado, na faculdade de ceder ou de resistir aos arrastamentos a que todos nos temos voluntariamente submetido. Cabe à educação combater essas más tendências. Fá-lo-á utilmente quando se basear no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem essa natureza moral chegar-se-á a modificá-la, como se modifica a inteligência pela instrução e o temperamento pela higiene.

Sem o livre-arbítrio, o homem não teria nem culpa por praticar o mal, nem mérito por praticar o bem. E isto a tal ponto esta reconhecido que, no mundo, a censura ou o elogio são feitos à intenção, isto é, à vontade. E quem diz vontade, diz liberdade. Nenhuma desculpa poderá, portanto, o homem buscar para os seus delitos, na sua organização física, sem abdicar da razão e da sua condição de ser humano, para se equiparar ao bruto.

A fatalidade, como vulgarmente é entendida, supõe a decisão prévia e irrevogável de todos os sucessos da vida, qualquer que seja a importância deles. Se tal fosse a ordem das coisas, o homem seria qual máquina sem vontade. De que lhe serviria a inteligência, desde que houvesse de estar invariavelmente dominado, em todos os seus atos, pela força do destino? Semelhante doutrina, se verdadeira, conteria a destruição de toda liberdade moral; já não haveria para o homem responsabilidade, nem, por conseguinte, bem, nem mal, crimes ou virtudes. Não seria possível que Deus, soberanamente justo, castigasse suas criaturas por faltas que não dependera delas cometer, nem as recompensasse por virtudes das quais não tiveram o mérito.

Há fatalidade, portanto, nos acontecimentos que se apresentam, por serem estes consequência da escolha que o Espírito fez da sua existência de homem. Pode deixar de haver fatalidade no resultado de tais acontecimentos, visto ser  possível ao homem, pela sua prudência, modificar-lhes o curso. Nunca há fatalidade nos atos da vida moral.
Todos os Espíritos, mais ou menos bons, quando encarnados, constituem a espécie humana e, como o nosso mundo é um dos menos adiantados, nele se conta maior número de Espíritos maus do que de bons. Tal a razão porque aí vemos tanta perversidade. Façamos, pois, todos os esforços para a este planeta não voltarmos, após a presente estada, e para merecermos ir repousar em mundo melhor, em um desses mundos privilegiados, onde não nos lembraremos da nossa passagem por aqui, senão como de um exílio temporário.

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