Blog dos Espíritos
É tempo de perdoar
Perdoar setenta vezes sete
Estamos chegando ao final de mais um ano do nosso calendário, época de reflexões, de solidariedade e de avaliarmos o ano que finda e planejarmos o que se aproxima. Dentro destas reflexões, sempre temos algo ou alguém para exercitarmos o perdão, seja a nós mesmos ou ao outro.
O ato de perdoar é tão importante e indispensável ao nosso equilíbrio espiritual quanto o ar puro para nossa existência física. Quando Jesus nos recomenda perdoar setenta vezes sete vezes, está nos ensinando o perdão sem restrições, quantas vezes forem necessárias, em favor desse equilíbrio tão importante e necessário.
Imperfeitos que somos, em nossa jornada terrena, em um mundo de provas e expiações, inúmeros são os nossos erros e quem nos ofende hoje, provavelmente esteja retribuindo aquilo que possamos ter feito no pretérito. Com isso não queremos incitar o revide, mas sim a importância de romper o circulo vicioso do retribuir as ofensas e os males, aproveitar a importunidade de aprendizado e evolução e perdoar, rompendo as amarras do egoísmo e do orgulho e amando o próximo como Jesus tão bem nos ensinou.
Perdoar agora
O perdão, é a solução fundamental para todos os entraves aparentemente intransponíveis dos relacionamentos humanos. Perdão e tolerância são alavancas de sustentação da nossa paz íntima. É, porém, uma das virtudes mais difíceis de se pôr em prática, porque exige um grande esforço de superação e renovação de sentimentos.
Como nos diz Chico Xavier, pela inspiração de Emmanuel: “Perdoa agora, hoje e amanhã, incondicionalmente. Recorda que todas as criaturas trazem consigo as imperfeições e fraquezas que lhe são peculiares, tanto quanto, ainda desajustados, trazemos também as nossas”. Todos nós já erramos muito no passado, continuamos errando no presente e ainda erraremos no futuro, pois isso faz parte do nosso processo evolutivo de aprendizado.
Mas Deus, em sua infinita bondade, jamais nos julga, pois Ele entende e respeita a nossa condição moral e evolutiva. Da mesma forma, não devemos julgar ninguém, lembrando que, com o mesmo peso que julgarmos os outros, seremos também julgados por nós mesmos. Devemos tomar uma postura de orientar, não com soberba, mas sempre com amor, explicando que todos somos responsáveis pelas consequências dos nossos pensamentos e atos, entendendo que cada um tem o seu tempo. Assim, quanto menos errarmos, menos problemas teremos para consertar, nunca nos esquecendo de que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória.
O autoperdão e o perdão de Deus
E não nos esqueçamos também do autoperdão. Na certeza de que somos seres ainda imperfeitos e em busca do nosso melhoramento moral, devemos aprender com nossos erros e seguir em frente, não remoer o passado e guardar sentimentos de culpa, perdoando a nós mesmo e buscando não mais repetir o erro cometido.
Praticando o perdão, seremos cada vez mais felizes e nossa vida se tornará mais fácil, leve e harmoniosa. Mais uma vez a sabedoria de Chico Xavier nos ensina: “O espírito que adquirir a virtude do perdão não achará dificuldade em mais nada. Haja o que houver, aconteça o que acontecer, ele saberá administrar sua vida”. Sigamos nossa jornada evolutiva, na certeza de que o perdão, tal qual nos ensinou Jesus, é uma das mais belas e nobres virtudes, e que perdoando, seremos também perdoados por Deus nosso pai.
KARDEC, Allan – “O Evangelho Segundo o Espiritismo”;
XAVIER, Francisco Cândido – Emmanuel – “Alma e coração”.